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Pensamentoss0ltos

Mágoa

Mágoa.jpgCorremos o risco de nos magoarmos quando nos deixamos guiar,

apenas pelo que sentimos e não pelo que á razão nos diz.

Deixamos a esperança crescer e chegamos mesmo acreditar que poderá ser possível,

mas não é tão fácil assim quando um abismo nos separa. 

Dizem que vamos apreendendo com os erros que comentemos

e que esses mesmos nos ajudam a crescer como ser humano. 

Acredito que assim é.

Por isso não me arrependo de nada, porque na altura foi sincero. 

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Estabilidade

caminha.jpgPara ser sincera tenho tudo para ser feliz, considero-me uma afortunada.

Mas de certa forma isso parece não bastar. Tenho um buraco dentro de mim

e tudo o que outrora tomei por certo desliza por ele como areia.

Não há nenhuma balança cósmica onde possamos pesar os nossos actos.

Aprendemos demasiado tarde quais as escolhas que estragam o frágil equilíbrio.

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Ciclo

ciclo.jpgNão somos nós que mandamos no coração.

Nem tão pouco no destino. Conhecemos pessoas.

Tornámo-nos amigos dessas mesmas, inimigos ou simples (des)conhecidos.

O tempo vai nos colocando pessoas e mais pessoas no caminho,

para que possamos conviver com elas e descobrir mais um pouco de nós mesmos.

O problema é que por vezes, esse mesmo tempo que as trouxe, também as leva.

Leva-as de um modo subtil, mas também as pode levar de uma forma brusca.

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Medo

medo_.jpgSomos diariamente atormentados pelo medo oculto

de podermos não ser suficientemente bons para uma pessoa que amamos.

Talvez também eu sinta isso, e espero que não me censures

por te trazer para um mundo tão cruel e cheio de sofrimento.

O amor não é sacrifício, nem é ficar aquém das expectativas de outra pessoa.

Por definição, o amor torna-nos mais do que razoavelmente bons,

redefine a perfeição para incluir as nossas características, em vez de excluí-las.

Tudo o que todos queremos é saber que contamos para alguma coisa.

Que a vida de alguém não séria tão rica sem a nossa presença.

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Pai

pai.jpgEstava a meio de uma conversa. Bem, não era bem assim.

Eu estava fisicamente presente no mesmo espaço.

Completamente distraída, acenava com a cabeça nas alturas certas

mas não estava propriamente a ouvir.

Absolutamente absorta em pensamentos.

Senti o cheiro familiar do seu aftershave com um ligeiro aroma a fumo.

Mesmo após tantos anos era capaz de distingui-lo no meio de uma multidão,

de olhos vendados, com os meus outros sentidos.

Mas a identificação não é o mesmo que conhecer a fundo uma pessoa.

O homem que outrora nos viu crescer pode parecer o mesmo,

dizer o mesmo e até ter o mesmo cheiro, mas ser completamente diferente.

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Alguém como Tu

sem ti.jpgPor vezes paro para pensar como seria a minha vida se nunca tivesses nascido.

Seria capaz de percorrer o mundo á tua procura.

Ficaria a olhar para cada rosto isolado numa multidão, a tentar encontrar o teu.

Há uma coisa estranha quando temos filhos,

sabemos quando a nossa família está completa e quando não está.

Se não tivesses nascido o meu mundo estaria vazio, incompleto e inacabado.

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Perda

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 Além da diferença óbvia, não há grande dessemelhança entre perder

a melhor amiga e perder um amante, está tudo relacionado com a intimidade.

Num momento, temos alguém com quem partilhar os maiores triunfos e as falhas,

no momento seguinte, temos de guardá-los dentro de nós.

Num momento vamos telefonar-lhe para contar as últimas novidades ou para desabafar,

para falar sobre o dia horrível que tivemos,

antes de nos apercebermos de que já não temos esse direito.

Por fim já não nos conseguimos lembrar do seu número de telefone.

Acabamos por nos esquecer do seu cheiro e do som da sua voz.

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Vulnerabilidade

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 Sempre suspeitei das mulheres que descreviam a dissolução de uma relação

como qualquer coisa que tivesse acontecido de um dia para o outro.

Pois bem, deixem-me que vos diga como isso é possível.

Estamos tão ocupadas a apagar o fogo que temos á nossa frente

que não vemos o incêndio a deflagrar atrás de nós.

Ficamos tão concentradas em conseguir obter uma solução

que nos tornamos completamente vulneráveis.

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Dedicação

dedicação.jpgAcho que podemos amar demasiado uma pessoa.

Colocamo-la num pedestal e, de repente, dessa perspectiva, percebemos o que está errado.

Uma camisola mal ajeitada, um resto de pasta de dentes que permanece no canto da boca.

Gastamos todo o nosso tempo e energia a cuidá-la, e entretanto,

somos nós que estamos a desmoronar-nos.

Nem nos apercebemos do nosso aspecto, da extensão da nossa deterioração,

porque só temos olhos para essa outra pessoa.

Adoro-te tanto que não sei quem séria sem ti.

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Na Blogosfera desde 05 Agosto 2014

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