Há muita gente que não entende, mas o ser humano tem necessidade de se expor.
É uma característica intrínseca. Somos um ser social que precisa de viver em comunidade.
Só vivemos se nos relacionarmos com seres da nossa espécie, se formos conhecidos.
Precisamos de nos expor. Sempre foi assim, e parece que a tendência é crescente.
E cada um encontra a sua maneira de se "expor" aos outros:
alguns fazem-no através do seu trabalho e êxito profissional, outros pela família,
outros ainda pela beleza e o corpo de sonho, etc.
A tecnologia só veio potenciar isso.
Antes as pessoas expunham-se cara-a-cara,
mostravam as suas competências de viva voz, vangloriavam-se directamente.
Agora é mais fácil mostramo-lo através das redes sociais, as fotos falam por nós:
«olha o sítio lindo onde fui de férias»,
«repara o carro de alta cilindrada que eu comprei»,
«vê o corpo de sereia que tenho»,
«inveja a minha mala nova tão cara»,
«olha o borracho do meu novo namorado», etc.
As pessoas por mais que o neguem gostam de comparar vidas
e de avaliar a sua através da dos outros.
Todos precisamos de reconhecimento e aprovação social.
Precisamos de um «gosto», de um elogio, de criar um sentimento de inveja.
Expor-se pode não ser negativo. O mau é que se caí no exagero.
O facebook por exemplo mais parece uma Casa dos Segredos electrónica onde se segue
a vida dos outros em directo com pormenores demasiados íntimos.
Ou até mesmo um Lugar onde é possível lavar a roupa suja,
em praça publica sem ter de sair de casa.
Há quem diga que as pessoas que criticam tal maneira de estar socialmente
é porque têm vidas medíocres.
Se calhar têm razão, eu cá tenho uma vida banal.
Partilho momentos mas não tenho necessidade de me expor em demasia,
por questões de privacidade e de segurança.
Como tudo na vida não há certo ou errado: há maneiras diferentes de estar na vida.